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21 agosto 2010

Histórias para contar 4


Olhar Atento Cap. II

Junho 1995

Se os caros leitores tiveram a pachorra de ler edição anterior deste "Jornal", tenham paciência e leiam o que vou escrever a seguir, pois, sinto-me na "obrigação" de completar aquela reportagem, agora sobre a equipa de futebol de cinco (Escalão 9 – 11) do Clube "OS BARULHENTOS".
O primeiro jogo que me foi dado a observar desta equipa, a qual sofreu pesada derrota, fez parecer que se tratava de uma formação frágil no seu todo, embora um dos seus jogadores mais talentosos e experientes –EDGAR PAIXÃO– não pudesse dar o seu contributo, pois, esteve poucos minutos em campo por incidente ocorrido, lamentavelmente, nesse lapso de tempo e do qual foi vitima.
Contudo, esta equipa tem vindo a contrariar aquela tendência inicial, demonstrando, no local próprio –o recinto de jogo– que tem consistência, personalidade, dinâmica e cobiça pelo golo, tendo derrotado, sem apelo nem agravo, todos os adversários que desde então se lhe depararam. O último jogo desta senda vitoriosa, ocorrido no Domingo (25.06.95), pelas 12H00, no campo da zona Norte, sobre um calor tórrido, esta formação defrontou o "UNIÃO DESPORTIVO CULTURAL BANHEIRENSE".
A assistência era muita; uns mais calados, outros "Barulhentos"... muitos "Barulhentos".
Como tem acontecido sempre "Os Barulhentos" iniciaram o jogo com os habituais EDGAR PAIXÃO, RUBEN e MIGUEL ANGELO, acompanhados, desta vez, pelo JORGE e pelo DINIS. A toada do encontro foi aquela que os "Barulhentos" têm imprimido no decurso destes desafios, pressionando o adversário para o seu meio campo, aproveitando abertas para desferir potentes remates de meia distância, quer através do EDGAR PAIXÃO, quer através do RUBEN.
Lá à frente, o talentoso MIGUEL ANGELO procurava baralhar os defesas com os seus "dribles", rematando à baliza sempre que possível ou procurando com o seu colega dianteiro DINIS. E foi no decurso de uma destas jogadas que o DINIS se desmarcou muito bem, conseguindo libertar-se de um adversário que lhe procurava estorvar a acção, rematando à baliza com uma calma impressionante, fazendo o primeiro golo da partida. Poucos minutos depois, numa jogada tirada a papel químico, o jovem DINIS bisou, para desespero do esforçado guarda-redes contrário, elevando o marcador para 2–0.
A claque "BARULHENTA" fazia-se ouvir entoando o seu cântico. O "U.D.C.B." procurou reagir, mas, alguns dos seus jogadores fizeram-no da pior maneira, empregando o físico em demasia, de uma forma quase violenta. Simplesmente lamentável.
Valeu a calma do técnico dos "Barulhentos" e a resposta que os seus jogadores deram em campo, entrando à bola como mandam as regras –com rigidez e valentia– preocupando-se única e exclusivamente em jogar futebol. E foi assim que no decorrer de uma jogada de ataque, a bola foi atirada para fora do recinto por um dos jogadores do "U.D.C.B.".
O respectivo lançamento foi impecavelmente executado para traz, para o espaço vazio e o defesa RUBEN, adivinhando o lance, correu quase todo o seu meio campo, atravessou a linha divisória e a meio do meio campo adversário desferiu um portentoso remate à "Matateu", não dando qualquer hipótese ao guarda-redes contrário. Este remate faria levantar... provavelmente... todo o "Estádio da Luz" (não é por tendência clubista, mas, simplesmente, porque era mais gente a levantar-se do em qualquer outro estádio do futebol português).
Foi o delírio nas hostes dos adeptos dos "Barulhentos". Pouco depois entraria em campo o TIAGO, a substituir o já esgotado DINIS. O TIAGO deve andar a faltar aos treinos, pois, denotou falta de força e de entusiasmo para ultrapassar os defesas contrários... atributos que os outros colegas de equipa têm de sobra. E quando é assim, normalmente, simulam-se lesões e utilizam se outras manhas que tornam o jogo feio. Mas se o TIAGO quiser trabalhar mais e levar as coisas mais a sério, pode jogar muito melhor e ser muito útil à sua equipa... só depende dele.
O avançado CÉSAR recém entrado no jogo, soube manter o espirito de equipa, mas precisa de um pouco mais de calma quando tem a bola nos pés, pois, só assim terá discernimento para "jogar com os colegas" ou chutar à baliza com precisão. Estou certo que o CÉSAR vai melhorar nesse aspecto.
O intervalo chegou e foi bom para serenar alguns ânimos exaltados e refrescar os jogadores de ambas as equipas, já que o calor era insuportável.
A segunda parte começou e passados poucos minutos a equipa dos "BANHEIRENSES" fez o seu primeiro golo, batendo o guarda-redes JORGE que nada pode fazer perante o remate frontal do seu adversário. Temeu-se que este golo perturbasse este jovem guarda-redes, que se cotou com uma boa exibição na primeira parte, pois, logo após o inicio da partida efectuou uma defesa com elevado nível de dificuldade, sacudindo o esférico a soco.
Esse facto transmitiu-lhe tranquilidade e fê-lo ganhar a confiança dos seus colegas de equipa. Após ter sofrido o golo já descrito, não voltou a passar por grandes momentos de apuro, umas vezes porque resolveu com eficácia os problemas que se lhe depararam e outras porque os seus colegas de equipa não permitiram que a bola chegasse até a si com perigo, o que uma característica desta equipa dos "Barulhentos" –barrar os caminhos da sua baliza.
Assim, o jogo foi decorrendo na mesma toada do primeiro tempo, com os jogadores do "alto da Serra" a exercerem pressão sobre o adversário e este a efectuar esporádicas "descidas" inconsequentes. Numa jogada de insistência (mais uma) dos "Barulhentos", o defesa RUBEN, "cá do meio da rua", desferiu um remate forte e colocado e a bola só parou no fundo das malhas da baliza contrária . Era o 4–1 e estava traçada a história deste jogo.
Pouco depois terminava a partida e a vitória de "OS BARULHENTOS" não sofreu qualquer contestação, tal foi a superioridade que patenteou perante o seu adversário . Como disse no início desta reportagem, esta jovem equipa tem vindo a melhorar de jogo para jogo.
Os defesas EDGAR PAIXÃO e RUBEN têm constituído autêntico "muro de betão" para os adversários e ainda lhes tem sobrado talento para fazer alguns golos. O MIGUEL ÂNGELO é dotado de excelente técnica individual. É impressionante, num só jogo, as vezes que este "pequeno-grande-jogador" capta com o peito as bolas colocadas em campo pelos guarda-redes contrários e inicia uma jogada de ataque, jogando e fazendo jogar os seus companheiros.
Tem a noção exacta do momento do passe e tem a calma necessária, perante o guarda-redes, de lhe colocar abola indefensável, o que faz dele o melhor marcador da equipa dos "BARULHENTOS". Aliada a estes atributos todos, tem a genica, a garra e a coragem que caracteriza ambas as equipas do seu clube, fruto do trabalho desenvolvido pelo treinador – LUÍS - e da mística que o mesmo sabe transmitir aos seus rapazes. Desta vez o guarda-redes BRUNO, que à excepção do jogo anterior – por lesão – tem jogado sempre, não deu o seu contributo à Equipa, por razões que ele próprio conhece e concerteza reconhece a justiça da atitude do seu treinador.
O outro guarda-redes LUÍS BIRI, talvez farto da missão ingrata que lhe coube nos outros jogos, pois, há a tendência para considerar o guarda-redes como culpado dos golos sofridos, resolveu pedir ao seu treinador que o dispensasse daquela missão, optando por jogar a avançado. Infelizmente as contingências do jogo não permitirem que o mesmo fosse utilizado, embora o seu treinador nos confidenciasse que o LUIS BIRI joga bem como avançado, mas, se calhar, por comodismo, preferiu, nos primeiros jogos, jogar à baliza, função que, em minha opinião, até acabou por cumprir razoavelmente bem.
Foi pena por motivos não apurados , não tivesse comparecido ao jogo o jovem EMANUEL, pois, tratando-se de um dos jogadores mais novos desta equipa, esta rodagem far-lhe-á bem, dando-lhe traquejo para embates futuros. O esguio HERNÂNI, que tem dado sempre o seu contributo á equipa, tem sido de bastante utilidade, já que, bate-se de igual para igual para igual com os adversários mais possantes, mantendo ao nível elevado que se conhece o espírito combativo da equipa. JORGE ALEXANDRE também faltou a este encontro , por motivos que se desconhece, mas é, igualmente, um jogador útil, ao nível do que se disse do seu colega HERNÂNI.
Do jovem DINIS eu já falei, relatando a subtileza com que conseguiu marcar os dois primeiros golos da partida, mas, devo dize-lo, que este jovem fez muito mais e melhor do que aquilo que eu esperava dele. Sei agora, que era habitual ele jogar numa posição mais recuada, percebendo, por isso, a dificuldade inicial que teve para se adaptar ao seu novo lugar , mas conseguiu-o e fez prova disso.
Assim, como quem não quer a coisa e após aquele "TROPEÇÃO" do jogo inicial, cá estão estes rapazes mais novos dos "BARULHENTOS" com quatro vitórias consecutivas, a caminho de uma óptima classificação no seu GRUPO, querendo imitar os seus colegas mais velhos, os quais, no último jogo bateram a excelente equipa do ADRU por uma bola a zero. Pelo que me foi dado a conhecer desse jogo, toda a equipa se manteve em elevado nível e o seu guarda-redes PAULO rubricou uma magnifica exibição.
Estão de parabéns "OS BARULHENTOS": Os seus jogadores, o seu técnico, os dirigentes e a sua "CLAQUE "
O REPÓRTER JB

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