Mais uma vez me perguntaram porque prefiro o futebol amador ao profissional.
Bolas, que seca!
Será que eu não posso dizer que gosto de feijão mas não de batatas?
Vão dizer que futebol não é comida, é diferente, mas não é.
Vejam, o que é futebol?
Para quem joga, é puro prazer. De vez em quando eu jogo. E pode parecer meio lamecha o que vou dizer, mas bolas. 5, 7 11 de cada lado, correndo atrás de uma bola, chutes, deslocamentos, dribles, a caneladas, suor, xingamentos, a alegria do golo, aguentar a gozo quando se perde, o ambiente tosco, isto sim é futebol.
Mas para quem está fora do campo, ou melhor, para o adepto da equipa profissional, a coisa é diferente.
Quem torce por uma equipa profissional torce por um mito.
Longe no tempo está a época de presidentes de clube dedicados, com jogadores que jogavam pelo tão falado "amor à camisola".
Hoje uma equipa profissional é um grande negócio. Quem joga por ela joga por dinheiro.
Os dirigentes apenas o são porque ganham algum.
E os adeptos, burros como eles só, ainda acham que a mística da camisola é o que vale.
Já o futebol amador é diferente. Os jogadores até ganham uns lanches quando jogam .
Mas nunca além de lanches e festas de convívio.
Os dirigentes, se roubam, são uns verdadeiros ladrões de galinhas. Afinal, não há muito o que roubar.
E o adepto sabe disso. Mas vai ao campo pois aquele ainda não é um grande negócio.
E vai porque o estádio, apesar de pequeno e sem conforto, permite que se fique a no máximo dois metros do jogador adversário no momento do canto (um grande atractivo, devo dizer).
E porque a cerveja o sumol, couratos e bifanas são mais baratos
E ainda que as áreas suburbanas tenham evoluído muito, ainda há casos de jogadores que moram no bairro, e que duas vezes por semana treinam no clube para o jogo de sábado ou domingo.
Há poucas trocas de jogadores de um ano para outro.
Esse negócio de jogadores de futebol comparados a estrelas de cinema (ou de circo, dependendo da ocasião), não está com nada.
O que eu gosto mesmo é de ver “OS BARULHENTOS” nos clássicos cá da BAIXA da BANHEIRA.
Sentar-me na bancada com a torcida "DOS BARÚLHO" .
Ver cada um com uma camisola de um clube profissional diferente, e sem conflitos.
E, no intervalo, poder beber uma gelada com o companheiro de bancada e perguntar:
"Você sabe que o Carlos, meu amigalhaço, já jogou aqui nos barulhentos?"
P.S.: E antes que ele diga "que vença o melhor", vá pra pqp, que vençam “os barulhentos”!! O resto que se expluda!!!